sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O caçador de androides que não são androides. Ou não.

De acordo com o notável Dicionário Aurélio, androide é um substantivo de dois gêneros que significa autômato de figura humana. Se extrapolarmos a interpretação da etimologia da palavra, poderemos dar uma conotação à ideia de autômato: uma pessoa que executa ordens sem pensar nelas, um mirmidão. Logo, concluímos (na verdade eu) que um androide é um robô, não exclusivamente no sentido de uma máquina artificial com engrenagens e tudo mais, mas como um escravo, sem o livre-arbítrio, que realiza as ordens de outrem.


“Pra quê essa introdução nada a ver, que mais parece ter sido retirado de algum livro de um pseudo-intelectual comunista maconheiro?” você pode se perguntar. Como não tenho a eloquência, a facúndia digital de meu amigo Repolês, às vezes divago, mas não é à-toa. Esse post, meu primeiro, é sobre um dos melhores filmes de todos os tempos: Blade Runner.


No elenco estão Harrison Ford como Deckard, o tal caçador de androides, Deryl Hannah como a replicante Pris, Edward James Olmos (o do Battlestar Galactica) como um cara que eu não lembro o nome, mas que fala em húngaro em sua primeira cena, e Sean Young como a assistente do Dr. Tyrrel (ela fez a detetive Lois Einhorn que era o jogador Ray Finkle em Ace Ventura “Lois Einhor é Ray Finkle, Ray Finkle é Lois Einhorn, Ray Finkle é homem, Lois Einhorn é homem, eu beijei um homem!” – esse filme é demais). Possui uma excelente trilha sonora bem noir do Vangelis


O filme (Blade Runner) foi feito em 1982 por Ridley Scott e é ambientado em Los Angeles, 2019, quando um grupinho de replicantes (seres humanos biologicamente modificados) toma uma nave e caem na terra, já que eles servem como soldados, trabalhadores e prostitutas em outros planetas (não sei por que isso me lembra o capitão Kirk). O problema é que eles não podem ficar por essas bandas, então o Deckard, que é um blade runner que caça essas coisas, é chamado pra dar um fim nesse problema. O filme tem como plot principal a busca de mais tempo de vida por parte dos replicantes, que vivem quatro anos, com o seu arquiteto, o Dr. Tyrrel.


Em determinado momento do filme, Tyrrel diz que sua assistente é, também, um replicante, último modelo, que consegue ter sentimentos totalmente humanos (mais humanos que os humanos), mas é melhor fisicamente se comparado às pessoas normais. Ela tem memória de uma infância, e demonstrar afeto a personagens e a acontecimentos nessas lembranças, porém em um teste (O teste de Voight-Kampff, deve ser assim que se escreve, detalhe que é um nome imponente e que eu ainda porei em alguma coisa ou em alguém, imagina: ‘– Voight-Kampff?’, ‘– Presente’, o moleque seria o rei do colégio, mas, enfim) o Deckard consegue, após muitas perguntas além do que ele tipicamente faz, apontar que ela é um replicante.


Bladde Runner foi vendido como filme de ação, coisa que definitivamente não o é, pois, apesar de uma ou outra cena de ação, é um filme de detetive estilo noir, em que os objetos em busca são as respostas para perguntas primitivas da alma humana. Quem é o criador dos replicantes e sua procura para falar com ele, Tyrrel, qual é o motivo que os faz estar ali, ou mesmo seria eu o real ou o imaginário?


Acho que já está grande demais este post, por isso devo acabar com isso. Fica essa dica para que você, leitor foda por chegar até aqui, assista o quanto antes esse filme, recomendo a versão Final Cut (esse filme possui tantas variantes quanto Betty, a feia), que é a final, sem o final ridículo da primeira versão. Bom entretenimento e preste atenção no unicórnio de origami no final.




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Até a próxima, pessoal.

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